A CBA implementou uma estratégia abrangente de gerenciamento de resíduos, o primeiro passo consistiu na classificação dos fluxos de resíduos em grupos distintos, com base em sua composição, permitindo a identificação de oportunidades de valorização no mercado.
Para o grupo de resíduos com alumina seca e úmida, foram desenvolvidos dois processos internos. Na refinaria, a alumina seca foi submetida a um processo de moagem que possibilitou a recuperação da alumina, eliminando a necessidade de descarte na barragem. Quanto à alumina úmida, foi implementado um processo de secagem nos lavadores de gases, que, em seguida, foi combinado com outro resíduo similar, resultando em um coproduto ideal para a indústria de cimento.
Outro fluxo de resíduos, contendo carbonato de cálcio, passou por uma série de testes em parceria com universidades e indústrias, visando identificar aplicações adequadas para o material. O coproduto obteve resultados promissores em aplicações agrícolas, como na produção de calcário, além de ser utilizado no tratamento de água e na fabricação de concreto.
Um dos principais desafios enfrentados pela CBA foi o resíduo de SPL, que apresentava custos elevados de descarte e aspectos ambientais significativos. Para lidar com esse fluxo de resíduos, o procedimento operacional foi modificado, permitindo a segregação em diferentes frações, como óxidos, banhos, refratários e partes contendo carbono. Essa abordagem possibilitou várias soluções inovadoras, incluindo reutilização interna, comercialização e reciclagem.
Além dos grupos mencionados, a empresa conduziu um estudo de viabilidade financeira para avaliar operações internas de triagem e enfardamento de recicláveis no processo de coleta seletiva. Os resultados positivos desse estudo levaram à implementação dessas operações, aumentando o valor dos recicláveis e reforçando o compromisso da empresa com a sustentabilidade ambiental. Quanto aos resíduos não recicláveis, uma nova destinação foi estabelecida, convertendo-os em combustível para fornos de cimento, em vez de enviá-los a aterros sanitários.
Em parceria com outros segmentos da indústria, está sendo desenvolvido um projeto piloto para transformar o resíduo de bauxita em um coproduto. O objetivo é extrair os elementos de valor presentes nesse material e utilizá-los em novas aplicações. Essa iniciativa é um passo importante para a CBA alcançar sua meta de eliminar a disposição de resíduos em barragens até 2030 e contribuir para uma economia mais circular.
Resultados e Objetivos
Desde 2018, a CBA vem desenvolvendo atividades relacionadas a coprodutos por meio de uma estratégia baseada em seis pilares: gestão de papéis e responsabilidades; tomada de decisão; fornecedores e clientes; indicadores, sistemas e infraestruturas; aumento na carteira de coprodutos vendáveis; e busca de oportunidades. Desde então, a carteira de coprodutos vendáveis cresceu significativamente, representando 33% dos resíduos gerados pela CBA, com um aumento de 272,4% na receita em comparação a 2022.
Em 2023, a CBA gerou mais de 1,4 milhão de toneladas de resíduos, sua maior parte caracterizado como resíduo não perigoso. Mais da metade desses resíduos foram destinados para algum tipo de beneficiamento (51%) e, para armazenamento local, foram destinados 41% do volume total gerado. Os 8% restantes foram enviados para reciclagem, coprocessamento, uso agrícola e outros tipos de destinação não mencionados anteriormente. O maior volume de geração está associado ao resíduo de bauxita, equivalente a 699 mil toneladas no ano e atualmente disposto em barragens. Uma das metas integrantes da Estratégia ESG 2030 da Companhia é eliminar completamente a disposição desse resíduo em barragens.
A estratégia de gestão de resíduos da empresa produziu resultados positivos significativos:
• Redução dos custos de eliminação de resíduos;
• Aumento da receita com vendas de coprodutos, que no ano de 2023 representou um aumento de 272,4% em comparação a 2022, se tornando superavitário em relação aos custos de geração, manuseio e preparação e destinação;
• Melhor desempenho ambiental através da redução de resíduos dispostos em aterro ou barragem.
Considerando as metas da Estratégia ESG 2030 da CBA, esse valor poderá alcançar mais de 1 milhão de toneladas por ano até o fim dessa década.